Para o ex-ministro da Justiça e ex-secretário nacional de Direitos Humanos, José Gregori, a polêmica envolvendo o PNDH 3 tem uma face boa e uma má. A boa é que colocou o debate sobre os direitos humanos nas primeiras páginas dos jornais. A má é "porque aflorou sentimentos divisionistas que pensei superados".
Redação - Carta Maior
Na avaliação de José Gregori, ex-ministro da Justiça e ex-secretário nacional de Direitos Humanos, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, a polêmica envolvendo o PNDH 3 e a proposta da Comissão da Verdade tem uma face boa e outra má. “Boa porque mostrou que, no Brasil, não é só corrupção ou política econômica que merece primeira página. Má porque aflorou sentimentos divisionistas que pensei superados”, disse à Carta Maior. Para Gregori, a democracia brasileira é sólida, mas não devemos esquecer o sábio político baiano Otávio Mangabeira: “A democracia brasileira é uma plantinha tenra”. O avanço dos direitos humanos, acrescentou, “dependerá mais do que nunca de prudência, obstinação e da idéia de que eles precisam de ampliação de consenso, como aliás, a democracia precisa”.
“Os Direitos Humanos têm um toque de utopismo e, portanto, correm à frente da sociedade. Mas você tem de calibrar a velocidade, para a sociedade ter tempo de entendê-los e acompanhá-los. É preciso insistir, mas saber com lucidez que todo direito humano tem seu tempo certo de maturação”, disse ainda. Gregori foi o coordenador do primeiro Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH), lançado em 1996. Em diversas declarações à imprensa, o ex-ministro procurou minimizar as divergências e lamentou que a mídia tenha se interessado só pela briga entre o setor civil e o setor militar do governo e não pelas propostas apresentadas no plano. Além disso, defendeu a criação da Comissão da Verdade, considerando-a “uma conquista que será benéfica para a sociedade brasileira”.
Fonte: Carta Maior - http://www.cartamaior.com.br/
Fonte: Carta Maior - http://www.cartamaior.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário