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4 de ago. de 2011

Pesquisa aponta avanço na aceitação da sociedade aos direitos à diversidade sexual

A pesquisa "União Estável entre Homossexuais”, realizada no mês de julho pelo instituto de análise Ibope, aponta que 55% da população é contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que reconhece a união estável homoafetiva, votada em maio de 2011. No entanto, a juventude é destacada como segmento etário com maior índice (60%) de aprovação em relação à medida do poder judiciário. As opiniões também variam bastante quando relacionadas ao gênero, religião, escolaridade e classe social.


Na contramão de uma avaliação pessimista do dado, Toni Reis,presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), propõe uma perspectiva diferente. Os dados da pesquisa revelam, na verdade, que "45% apóia a união estável homossexual, o que significa um avanço, se comparada a uma pesquisa realizada em 1993, quando apenas 7% eram favoráveis à questão”, comemora. A pesquisa anterior foi realizada pelo mesmo instituto a pedido de uma revista de circulação semanal nacional.
Toni avalia que a decisão do STF foi a "maior vitória da cidadania LGBT” no país. No entanto, uma mudança cultural exige tempo. "Esses dados apontam que, em 15 anos, muita coisa já mudou e vem crescendo o apoio popular”, afirma. Ele lembra que no início da década de 1990, não havia o movimento, que existe hoje, em torno dos direitos LGBT.
Sobre a aceitação de 60% dos jovens, o presidente da ABGLT acredita que a escolarização e o acesso a informações, inclusive por meio das redes sociais, auxiliam na formação de segmentos mais receptivos ao direito à diversidade sexual. Toni acredita que logo essa "juventude terá envelhecido e, em cerca de 10 anos, teremos uma sociedade ainda mais tolerante”.
Para Toni Reis, a organização foi o principal motor para provocar transformações, tanto legislativas, quanto culturais. Segundo o dirigente da Associação, hoje, são realizadas cerca de 250 paradas no Brasil e existem mais de 300 organizações não-governamentais voltadas para o desenvolvimento do direito à diversidade sexual. "A visibilidade e as frequentes denúncias de discriminação foram fundamentais para gerar essas mudanças”, avalia.
Quanto à escolarização, a pesquisa revela que quanto maior a escolaridade alcançada, maior a aceitação dos direitos LGBT, alcançando 60% de aprovação dentre os entrevistados de nível superior. Nesse sentido, Toni informou que a educação estará dentre as principais pautas do movimento durante a II Conferência Nacional LGBT, a ser realizada em dezembro deste ano. "Educação será um de nossos temas prioritários, especialmente, a educação para a cidadania”, afirmou o presidente.
No quesito religião, os evangélicos são o de maior intolerância, com 77% de reprovação a união civil homoafetiva. Quanto aos católicos, de acordo com Toni, a porcentagem de 50% representa uma importante conquista. Dentre espíritas e outras religiões, o apoio chega a 60%.
Com relação à convivência cotidiana com homossexuais, em termos profissionais ou pessoais, a maioria não vê problema nesse tipo de convívio. Na pesquisa do Ibope, 73% dos entrevistados afirmaram que não se afastariam de seu melhor amigo se ele se revelasse homossexual. "Isso é mais um avanço, pois na outra pesquisa, apenas 44% continuaria a amizade”, avalia Toni Reis.

Para ler a pesquisa na íntegra, acesse:http://media.folha.uol.com.br/cotidiano/2011/07/28/casamentogay.pdf
Fonte: Adital

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